PF indicia Abilio Diniz e mais 42 em desdobramento da Operação Carne Fraca
O empresário Abilio Diniz e o ex-diretor-presidente da BRF Pedro de Andrade Faria foram indiciados pela Polícia Federal nesta segunda (15) sob suspeita de terem cometido crimes contra a saúde pública, estelionato, falsidade ideológica e organização criminosa.
A PF usou a troca de mensagens por meio do aplicativo WhatsApp e acesso a emails para indiciar os executivos. O indiciamento consta do relatório da terceira fase da Operação Carne Fraca, denominada Trapaça, que investiga supostas fraudes laboratoriais e informação de dados fictícios ao Ministério da Agricultura.
A assessoria de imprensa de Abilio Diniz afirma que o relatório apresentado pela Polícia Federal não traz elementos que demonstrem irregularidades cometidas pelo empresário e diz que o indiciamento não aponta culpa.
Além dos dois, outras 41 pessoas foram indiciadas, entre elas Francisco Turra, presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), que nega envolvimento. Caberá ao Ministério Público Federal decidir se oferece denúncia com base nas conclusões da polícia, se pede novas diligências ou se arquiva a apuração, por não considerar haver provas para fazer uma acusação criminal contra os citados.
No relatório de 404 páginas, o delegado da PF Maurício Moscardi Grillo afirma que a análise de arquivos durante a investigação, como conversas por mensagens de emails e WhatsApp, "concluiu-se a prática das condutas delitivas não se restringia ao círculo das equipes técnica e gerencial das fábricas da BRF".
"Há, de fato, a participação do corpo diretivo da empresa na trama investigada, o qual tinha ciência de seu modus operandi, e que, não somente se omitiu em relação a fazer cessá-lo, mas, também, participou comissivamente dos atos de ocultação das fraudes, norteando sua execução", diz o relatório. (…)
Na Folha.