PGR vai analisar se delação de Delcídio deve ser cassada
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu aval para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) analise a possível rescisão (cancelamento) do acordo de colaboração premiada do senador cassado Delcídio do Amaral, ex-PT e ex-PSDB, diante de suspeitas de omissão de informações e na delação. A procuradora-geral Raquel Dodge quer avaliar se houve "houve ma-fé" do delator.
A PGR pediu em maio acesso à integra do acordo do delator para decidir se abre um processo de revisão do acordo com Delcídio, um dos responsáveis por agravar a crise do governo Dilma no início de 2016, que culminou no impeachment da ex-presidente da República.
A suspeita de omissão apontada pela procuradora-geral, Raquel Dodge, veio após a PGR constatar que o delator, recentemente, trouxe depoimentos e documentos sobre fatos sobre os quais nada havia informado quando, no início do ano passado, firmou a delação premiada.
Segundo o resumo feito pela procuradora-geral, Delcídio disse que o Grupo Odebrecht possuía créditos em relação aos dois Estados decorrentes de obras públicas já concluídas, que não eram pagos por incapacidade financeira dos Estados. Para obter o pagamento da dívida, a Odebrecht teria pago R$ 400 mil a diversos agentes políticos do Mato Grosso do Sul, entre eles Zeca do PT, sob pretexto de campanha eleitoral. (…)
No Estadão.