Procuradoria cobra R$ 7 milhões de Miller, advogadas, J&F e delatores
O Ministério Público Federal ajuizou uma ação civil pública de improbidade administrativa contra o ex-procurador Marcello Miller, a J&F, e também contra quatro delatores e duas advogadas envolvidos na polêmica colaboração premiada dos empresários.
A Procuradoria quer que eles indenizem os cofres públicos em R$ 7 milhões por dano moral coletivo.
O procurador Frederico Paiva, da Procuradoria do Distrito Federal, pede que sejam condenados, além do ex-procurador: a J&F, os irmãos Joesley e Wesley Batista, o executivo Ricardo Saud, o advogado Francisco de Assis e Silva, as advogadas Fernanda Tórtima e Esther Flesch.
O autor da ação requer também que todos sejam proibidos de firmar contrato com o poder público e de receber benefícios e incentivos fiscais, além de ter os direitos políticos suspensos pelo prazo de 10 anos.
Caberá a Justiça decidir se receberá a ação.
O pedido de reparação de valores, segundo Paiva escreve na peça de acusação, se dá porque "o desvalor moral" causado pelas práticas ilícitas dos citados incidiram "de forma lesiva na imagem e na credibilidade do Ministério Público", sendo "inegável" o prejuízo acarretado.
Miller, os delatores Joesley e Francisco, e a advogada Esther Flesch já se tornaram réus de uma denúncia oferecida também por Paiva sob acusação de corrupção passiva e ativa, na esfera criminal.
Os casos são relativos ao acordo de delação premiada da JBS, que se tornou público em maio de 2017. (…)
Por Camila Mattoso, na Folha.