PSDB se mostra o mais fiel à intervenção entre os grandes partidos: 11 de 11 votos
O governo precisava, a rigor, de apenas 21 votos para ver aprovado o decreto de intervenção no Rio: a maioria simples compreende metade mais um dos votos desde que estejam presentes 50% dos parlamentares. Obteve muito mais do que isso: 55. Mais uma vez, oposicionistas se juntaram ao Planalto nessa matéria, a exemplo do que se viu na votação da Câmara. Nesse caso, o destaque, mais uma vez, foi o PDT, que tem Ciro Gomes como pré-candidato à Presidência: o partido tem três senadores. E os três disseram "sim" à intervenção. Dos grandes partidos, o mais fie à causa foi o PSDB: deu 11 de seus 11 votos a favor da intervenção.
O texto obteve apoios também no oposicionista PSB: dos quatro votos possíveis do partido, dois ficaram com o texto e dois contra. O Podemos, que tem um pré-candidato de oposição ao governo — Álvaro Dias (PR) — conta com três senadores. Dois apoiaram a intervenção. O terceiro não votou: justamente Dias. Não sei o motivo. Se resolveu se ausentar com receio de votar contra e enfrentar a população ou com receio de votar a favor e não parecer oposicionista o bastante, fez um papelão. A senadora Kátia Abreu, crítica muito dura do governo, está sem partido. Também se alinhou com a intervenção. No governista PP, os sete presentes se posicionaram a favor do texto, mas houve duas ausências: Gladson Camel9 (AC) e Wilder Morais (GO)
A vanguarda do retrocesso não surpreendeu. Foi comandada pelo PT. O partido conta com nove parlamentares e deu oito dos 13 votos contrários. Paulo Paim (RS) se ausentou. O PSB, como vimos, entrou com dois de seus quatro. O PCdoB, na figura de Vanessa Grazziotin (AM), e a Rede, na de Ranfolfe Rodrigues (AP), completaram 12. E houve apenas um voto contrário de partido de base: Telmário Mota (PTB-RR). Ele costuma votar contra o governo. O buliçoso Roberto Requião, do PMDB do Paraná, resolveu se abster.
A bancada do PMDB, partido do presidente, conta com 20 membros. Deu 16 votos para o decreto. Requião, como vimos, se absteve. Eunício Oliveira (CE), presidente da Casa, não vota. Houve duas ausências: Jáder Barbalho (PA) e Zezé Perrella (MG).