Se defesa de Lula insistir em misturar liberdade com elegibilidade, colherá inelegibilidade sem liberdade. Mas cada um com suas obsessões...
Se a defesa de Luiz Inácio Lula da Silva continuar no rumo em que está, o ex-presidente nem sairá da cadeia — e existe a possibilidade de que isso aconteça — nem será candidato à Presidência. Nesse caso, a chance é inferior a zero. Eu poderia, de acara, apresentar aqui um argumento jurídico: em menos de quatro meses, não há caminho técnico que possa tornar viável essa candidatura. Mas ainda mais impositivo é o argumento político. É um delírio o PT imaginar que o sistema judicial brasileiro se dobrará à pressão para que um homem faça mudança tão espetacular de domicílio: de uma cela na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba para o gabinete do presidente da República. Apostar nesse caminho, com a devida vênia, é uma estupidez. Mais: de recurso em recurso, a defesa acabou caindo numa armadilha que criou para si mesma. Tenta agora escapar. Mas a coisa ficou enrolada.
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