Toda a gritaria sobre o STF decorre de haver no país uma excepcionalidade: o DPLP. É o “Direito Penal Lula Preso”. Entorpece mentes
O embate de fim de ano no Supremo continua a gerar barulho. O show de desinteligência é gigantesco. O que menos se faz é ler documentos oficiais nos quais se assentam as decisões, seja a liminar de Marco Aurélio — decorrente do fato de que o comando do tribunal se negou a pôr em votação matéria de mérito, aí sim em caráter definitivo e com efeito vinculante —, seja o recurso de Raquel Dodge, seja a palavra final de Dias Toffoli, presidente do tribunal, que suspendeu os efeitos da cautelar concedida por seu colega. Tudo vira gritaria. E por quê? Porque se inventou no país uma modalidade especial de direito penal: chama-se "DPLP": Direito Penal Lula Preso. Virou um redutor de todos os debates no país. E observem que não vou entrar no mérito, não desta vez, se a condenação foi justa ou não; se a prisão de Lula em particular é legal ou não. Infelizmente, também nisso se perde a imprensa profissional. Se ainda houver escolas de direito dignas desse nome no país, o material desses dias rende um curso formidável.
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