Veto à venda de controle da Embraer era militar; questão de “segurança” deve estar contemplada em negócio
Até onde se conhece o acordo entre Boeing e Embraer — na verdade, a primeira comprou a segunda —, haverá a distinção entre a "Embraer comercial" e a "Embraer militar".
O desenvolvimento da tecnologia militar permanecerá sob o controle do governo brasileiro, ainda que uma joint-venture vá ser criada para a produção e comercialização do KC-390, único produto militar que ficará fora da nova empresa a ser criada. Como informa a Folha, "a Boeing já era responsável por promover o avião, desenvolvido a custo de R$ 5 bilhões com dinheiro do governo brasileiro desde 2008, no exterior. A aeronave mira um mercado potencial de mais de 700 modelos antigos, a maioria composta por Lockheed C-130 Hercules, no mundo."
Informa ainda a jornal:
"Embora a fabricante brasileira tenha sido privatizada em 1994, o governo detém uma "golden share", ação especial que lhe permite vetar quaisquer negócios em seu Conselho de Administração. Quando emergiu o começo da negociação entre as duas empresas, a reação inicial do presidente Michel Temer (MDB) foi de recusar "a venda da Embraer". Isso acabou levando as partes para a mesa de negociações, e o Planalto se diz satisfeito com o acerto —que terá 30 dias para ser analisado a partir da entrega da documentação à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e à Secretaria de Economia e Finanças da Força Aérea."
É preciso conhecer os detalhes do acordo. Quem acompanha o assunto assegura que os militares brasileiros teriam impedido a negociação, pressionando o governo a usar o seu poder de veto, se a chamada "questão de segurança" não estivesse garantida. Ainda faltam detalhes para saber se a reivindicação foi atendida.